Sobre o humor e seu trabalho silencioso
- Lívia Gonzalez
- 5 de mar.
- 3 min de leitura
Cultura Organizacional | Felicidade Corporativa | Negócios Conscientes | Futuro do Trabalho | Filantropia | Ajuda Humanitária

Há alguns meses, por sugestão da querida Ana Laura , eu escutei o podcast 'Lives of Tomorrow' da WGSN em que a convidada era Gretchen Rubin - escritora, social media, podcaster e pesquisadora sobre felicidade.
O foco do papo, em um primeiro momento, era sobre marcas e como elas podem se conectar de forma mais genuína com a sua audiência.
Para Gretchen o caminho pode ser mais fácil do que parece: "Recebemos muitos anúncios sobre tudo o tempo inteiro, se eles nos fizerem sorrir - aí está…Quando existe algo que faz as pessoas sorrirem elas "grudam" naquela ideia com mais facilidade".
Deixando as marcas um pouco de lado, a autora, que ficou conhecida pelo seu livro 'The Happiness Project', conseguiu transmitir a importância do humor na vida em si.
Gretchen, que tem anos de pesquisa sobre felicidade, percebe que o poder do humor em nossas vidas pode ser transformador. Para ela o humor coloca tudo em outra perspectiva, nos traz esperança e é uma forma de nos engajarmos com as outras pessoas.
Além disso, vale lembrar que o humor libera serotonina e endorfina (hormônios da felicidade), dopamina (neurotransmissor do prazer) e ainda reduz o nível de cortisol (hormônio relacionado ao estresse)
Os momentos de alegria em conjunto têm ainda mais força! Pude presenciar isso na pele no último mês, em que estive em trabalho humanitário no Malawi. Todos os dias pontualmente às 07h30 nós nos reuníamos (malawianos, refugiados, voluntários) em um espaço criado para o momento da oração, que era recheado de agradecimentos, rezas de muitas religiões (ou de nenhuma específica também), mas principalmente de música e dança…e o dia começava feliz; mesmo para um povo tão sofrido.
Guardo esses momentos de alegria compartilhada com muito carinho em minha memória.
Acho que todos nós estamos procurando por isso, principalmente em tempos de pós-pandemia, desastres climáticos e guerras.
Na mesma época que ouvi o podcast estava lendo o livro 'Hygge - o segredo dinamarquês para viver bem' de Meik Wiking . O livro nasceu no Instituto de Pequisa da Felicidade, fundado em Copenhague, Dinamarca. O país é presença constante na lista dos mais felizes do mundo. E, ao que tudo indica, o segredo está no Hygge :)
Hygge é um termo único que já foi descrito como "a arte de criar intimidade", "o aconchego da alma", "ausência de irritação", "o prazer por estar cercado por coisas relaxantes", entre outros.
O primeiro registro escrito de Hygge data do começo do século XIX.
Entre 1397 e 1814 Dinamarca e Noruega faziam parte do mesmo reino. É por isso que até hoje os dinamarqueses compreendem o idioma norueguês e vice-versa.
A palavra original em noruêgues significa "bem-estar". No entanto, hygge pode ter vindo de hug que teria vindo de hugge, que significa abraçar. Além disso, acredita-se também que hygge tenha vindo de hygga (do noruêgues antigo) que significa confortar e que, por sua vez, se origina de hugr, que significa nada mais nada menos que HUMOR. Voilà!
Para o psiquiatra e autor sul-coreano Rhee Kun Hoo um dos segredos de uma vida feliz é buscar alegria e diversão em sua rotina. Parece óbvio, mas poucos o fazem. Em seu livro 'Se for para viver até os 100, escolha ser feliz', ele afirma: "Agora que me aproximo do crepúsculo da vida, vejo que a felicidade sempre esteve ao alcance das minhas mãos - e que poderia tê-la segurado sempre que quisesse…Precisamos ficar de olho nessas amostras de felicidade escondidas na rotina" e ainda enfatiza: "Não deixe nada estragar seu humor. Se a rotina é inevitável, então por que não olhar para o lado bom das coisas?"
Nem todos os modelos servem para todas as pessoas, pois somos únicos e experienciamos o mundo de formas distintas.
Quais experiências podemos ter em um dia comum para ficarmos mais alegres e contribuirmos com a nossa felicidade no longo prazo?
Bons pensamentos…